Vygotsky (1978,1981) ao explicitar a ideia de mediação entre o estímulo e a resposta, ou artefacto mediador entre o sujeito e o objecto (graficamente representado pelos 3 vértices de um triangulo) , lançou as bases da Teoria da Actividade. Estabelecia assim uma estreita correlação entre o individuo (sujeito), a um tempo usuário e produtor de artefactos e a sociedade, não podendo pois qualquer deles ser compreendidos por si só. Esta primeira conceptualização da Teoria da Actividade, centrada no individuo será alargada, primeiro por Leont’ev (1978, 1981) ao distinguir acção individual de actividade colectiva e depois por Il’enkov (1977,1982) que coloca o foco nas contradições emergentes das inter relações complexas entre o sujeito e a respectiva comunidade( os que partilham o mesmo objecto).
As acções individuais ou grupais inscrevem-se assim num sistema de actividade colectiva (comunidade) e são por um lado, intencionais e orientadas para metas que supram a(s) necessidade(s) dos sujeito(s) e por outro, restringidas pelas condições do contexto geradoras de contradições. As contradições internas, na medida em que necessitam de ser resolvidas, ganham o estatuto de forças mobilizadoras de mudança e desenvolvimento histórico–social nos sistemas de actividade humana Actividade humana que é por natureza mediada por artefactos, eminentemente produtiva e incontornavelmente social e compartilhada desempenhando os artefactos o papel de fonte de desenvolvimento histórico social dos individuo na medida em que a sua utilização envolve elaboração, acumulação e transmissão de conhecimento
Os desenvolvimentos subsequentes expandiram o modelo inicial que passou a incluir, para além da tríade, sujeito , artefacto mediador e objecto , as dimensões de comunidade, divisão de trabalho, ferramentas e signos, regras e construção de sentido como resultado das relações dialógicas estabelecidas entre os vários elementos . Para Engstron (1993, 1995, 1999, 2001), neste estádio a Teoria de Actividade pode ser resumida em 5 princípios:
Primeiro princípio –Sistema de Actividade enquanto unidade mínima de contextualização e análise.
Segundo princípio – Coexistência de uma multiplicidade de perspectivas, interesses e tradições que se traduzem nos seus artefactos, regras e convenções.
Terceiro princípio – Historicidade já que um sistema de actividade se transforma ao longo do tempo e as suas potencialidades e problemas só podem ser entendidas nessa perspectiva.
Quarto princípio – Contradições enquanto motor de mudança já que para além dos distúrbios e conflitos, geram também tentativas inovadoras de os ultrapassar.
Quinto princípio - Possibilidade de transformações expansivas quando o agravamento das contradições conduzem a desvios, esforços colectivos reconceptualizações.
Combinando estes 5 princípios da Teoria da Actividade com 4 questões que considera fundamentais ( Quem está a aprender? Porque estão a aprender? O que aprendem? Como aprendem?) Engström (2001) constrói um modelo de análise para a Teoria da Aprendizagem Expansiva, incontornável no desenhar de qualquer prática pedagógica ,
Cenário
Tendo em conta “que a aprendizagem é um processo (re)construtivo, cumulativo, auto-regulado, intencional e também situado e colaborativo” (Miranda, 2007), afirmação que me parece integrar o essencial, da Teoria da Aprendizagem Expansiva, dos conceitos de zona de desenvolvimento potencial e aprendizagem significativa, e do modelo construtivista penso que o projecto de modelo de aprendizagem que tenho vindo a desenvolver, embora muito longe ainda do desejável, deu já alguns passos significativos:
Com as condições materiais criadas na escola com os projectos computadores portáteis e quadros interactivos e a implementação da plataforma moodle, tenho tentado desde há 3 anos construir um modelo de aprendizagem tutorada, que integre uma carga motivadora, exigindo um forte envolvimento dos alunos, tendo em conta conhecimentos prévios, contemplando graus de aprofundamento diversos ,implicando resolução de problemas, trabalho em parceria e/ou grupo e auto-avaliação, definindo claramente objectivos, regras e distribuição de papeis em cada etapa promotores de uma autonomização gradativa, apoiado por materiais disponibilizados na disciplina criada para cada turma na plataforma moodle do agrupamento.
Neste ano lectivo as turmas onde lecciono a disciplina de História são do 7º ano (escola de Lisboa área de Benfica). Nas 3 turmas 80 a 90% dos alunos dispõem de computador e ligação à Internet aos restantes é disponibilizado um passe de acesso prioritário aos computadores do CRE e ao Kioske (projecto que mantém uma sala de computadores aberta depois das aulas - 17/18.30 - aos alunos que necessitem, cada dia acompanhados por professores de diferentes áreas disciplinares cujo horário está fixado).
Na sala de aula existe um quadro interactivo e 14 computadores
Neste 1º período e considerando a idade dos alunos o que implica por um lado alguma dificuldade ainda em lidar com conceitos com um certo grau de abstracção e com as dimensões espacio/temporal, por outro um fraco grau de autonomia, para cada unidade programática:
As acções individuais ou grupais inscrevem-se assim num sistema de actividade colectiva (comunidade) e são por um lado, intencionais e orientadas para metas que supram a(s) necessidade(s) dos sujeito(s) e por outro, restringidas pelas condições do contexto geradoras de contradições. As contradições internas, na medida em que necessitam de ser resolvidas, ganham o estatuto de forças mobilizadoras de mudança e desenvolvimento histórico–social nos sistemas de actividade humana Actividade humana que é por natureza mediada por artefactos, eminentemente produtiva e incontornavelmente social e compartilhada desempenhando os artefactos o papel de fonte de desenvolvimento histórico social dos individuo na medida em que a sua utilização envolve elaboração, acumulação e transmissão de conhecimento
Os desenvolvimentos subsequentes expandiram o modelo inicial que passou a incluir, para além da tríade, sujeito , artefacto mediador e objecto , as dimensões de comunidade, divisão de trabalho, ferramentas e signos, regras e construção de sentido como resultado das relações dialógicas estabelecidas entre os vários elementos . Para Engstron (1993, 1995, 1999, 2001), neste estádio a Teoria de Actividade pode ser resumida em 5 princípios:
Primeiro princípio –Sistema de Actividade enquanto unidade mínima de contextualização e análise.
Segundo princípio – Coexistência de uma multiplicidade de perspectivas, interesses e tradições que se traduzem nos seus artefactos, regras e convenções.
Terceiro princípio – Historicidade já que um sistema de actividade se transforma ao longo do tempo e as suas potencialidades e problemas só podem ser entendidas nessa perspectiva.
Quarto princípio – Contradições enquanto motor de mudança já que para além dos distúrbios e conflitos, geram também tentativas inovadoras de os ultrapassar.
Quinto princípio - Possibilidade de transformações expansivas quando o agravamento das contradições conduzem a desvios, esforços colectivos reconceptualizações.
Combinando estes 5 princípios da Teoria da Actividade com 4 questões que considera fundamentais ( Quem está a aprender? Porque estão a aprender? O que aprendem? Como aprendem?) Engström (2001) constrói um modelo de análise para a Teoria da Aprendizagem Expansiva, incontornável no desenhar de qualquer prática pedagógica ,
Cenário
Tendo em conta “que a aprendizagem é um processo (re)construtivo, cumulativo, auto-regulado, intencional e também situado e colaborativo” (Miranda, 2007), afirmação que me parece integrar o essencial, da Teoria da Aprendizagem Expansiva, dos conceitos de zona de desenvolvimento potencial e aprendizagem significativa, e do modelo construtivista penso que o projecto de modelo de aprendizagem que tenho vindo a desenvolver, embora muito longe ainda do desejável, deu já alguns passos significativos:
Com as condições materiais criadas na escola com os projectos computadores portáteis e quadros interactivos e a implementação da plataforma moodle, tenho tentado desde há 3 anos construir um modelo de aprendizagem tutorada, que integre uma carga motivadora, exigindo um forte envolvimento dos alunos, tendo em conta conhecimentos prévios, contemplando graus de aprofundamento diversos ,implicando resolução de problemas, trabalho em parceria e/ou grupo e auto-avaliação, definindo claramente objectivos, regras e distribuição de papeis em cada etapa promotores de uma autonomização gradativa, apoiado por materiais disponibilizados na disciplina criada para cada turma na plataforma moodle do agrupamento.
Neste ano lectivo as turmas onde lecciono a disciplina de História são do 7º ano (escola de Lisboa área de Benfica). Nas 3 turmas 80 a 90% dos alunos dispõem de computador e ligação à Internet aos restantes é disponibilizado um passe de acesso prioritário aos computadores do CRE e ao Kioske (projecto que mantém uma sala de computadores aberta depois das aulas - 17/18.30 - aos alunos que necessitem, cada dia acompanhados por professores de diferentes áreas disciplinares cujo horário está fixado).
Na sala de aula existe um quadro interactivo e 14 computadores
Neste 1º período e considerando a idade dos alunos o que implica por um lado alguma dificuldade ainda em lidar com conceitos com um certo grau de abstracção e com as dimensões espacio/temporal, por outro um fraco grau de autonomia, para cada unidade programática:
- Foi construída uma aula para Quadro Interactivo constituída pela alternância de:
-Página com o título do conceito ou assunto em que se escrevem as várias ideias que os alunos têm ou que as palavras suscitem - Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos
-Páginas com documentos escritos ou iconográficos para análise conjunta ( cada documento apresenta hiperligações para flashs com informações mais aprofundadas que vão sendo usadas sempre que novas dúvidas ou questões vão surgindo) – A análise dos documentos feita em conjunto verifica ou contradiz as ideias iniciais fazendo surgir outras questões que podem ser resolvidas explorando os materiais de aprofundamento disponibilizados. Isto implica um forte envolvimento dos alunos na discussão e resolução dos problemas e questões actuando o professor como moderador do debate. Os percursos das turmas são diversificados porquanto as questões levantadas e a necessidade de respostas também o são.
-Página em branco para a sistematização das conclusões conjuntas e dos objectivos da unidade. Em conjunto a turma sistematiza os conceitos e conteúdos que considera importantes, estabelecendo as relações entre eles - É disponibilizada na plataforma moodle.
-A indicação das páginas do manual para aprofundamento
-A informação de sites que possam ser interessantes para aprofundamento
-Barra cronológica e mapa que permitem uma constante localização espacio-temporal
-A aula com o que resultou da interacção.
-Os materiais usados para a aula com os seus vários níveis de aprofundamento sempre assinalados por uma lupa ( saber mais que os alunos podem ou não ir seguindo).
-Um fórum com a questão central da unidade, recebendo cada aluno uma resposta individualizada. Cada aluno pode sempre, até ao final do período participar nos fóruns que vão sendo criados para as diferentes unidades procurando quando o desejem melhorar ou aprofundar a sua participação sendo estas novas tentativas valorizadas.
-Um tutorial onde se fará a avaliação da unidade temática para o aluno ter conhecimento prévio dos problemas e questões que terá de resolver na semana seguinte – O tutorial está protegido não podendo ser pois preenchido sendo a sua função de guia ao estudo. - É construído um tutorial digital (alojado no servidor) com várias questões e problemas para responder a partir da análise de documentos de texto ou iconográficos ( que podem ou não ser os mesmos da aula), contendo hiperligações para os mapas e barra cronológica de modo a permitir a constante localização espacio/temporal, dicionário de português e objectivos/indicadores de aprendizagem da unidade.
- Os alunos trabalham em pares no tutorial ( salvo nos casos em que explicitamente solicitem trabalhar sós e isso seja possível) e no final inserem-no no respectivo portfólio onde realizam a sua autoavaliação de duas formas :
- avaliação qualitativa numa ficha em função dos objectivos da disciplina,
- avaliação descritiva abordando os objectivos da unidade alcançados e/ou as dificuldades sentidas , a preparação individual, o trabalho conjunto etc. - Os Tutoriais e portfólio dos pares de trabalho, alojados no servidor, vão sendo avaliados havendo sempre uma apreciação sobres a preparação e trabalho do par e a respectiva auto-avaliação que fica registada no portfólio.
- As regras e a divisão de papéis encontram-se a cada momento claramente explicitadas.
Engeström, Y. (2001) Expansive Leearning at Work: toward an activity theoretical reconceptualization, Journal of Education at Work, Vol. 14, Nº 1
Hardman, J (s.d.) Activity as a potential framework for technology research in unequal terrain. School of Education. University of Capetown. Rondebosch
Wolf, Michael Roth (2004). Activity Theory and Education - An Introdution – Universidade de Victória
Miranda, G. (2007) Limites e possibilidades das Tic na Educação, Sisifo – Revista das Ciências da educação nº 3
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